Floriza, a querida Iza, floresceu! Floresceu nesta primavera, como as flores de seu jardim. Tal como a rosa mais delicada e de suave perfume, nossa Floriza desabrochou, junto com as chuvas do começo desta estação.
Floresceu depois de semear sua vida todinha compreensão, paciência e cuidado. Não poupava gentileza e solidariedade com quem cruzasse seu caminho. Podia ser com uma palavra de consolo, uma brincadeira ou um doce de mamão, não há quem não se sentisse acolhido por ela.
Semeou bondade e espiritualidade. Solidária, encontrava tempo e disposição para as atividades no asilo e na igreja. Foi catequista de muita gente e conquistou uma legião de admiradores e amigos.
Semeou bom humor e leveza. Dava apelidos às pessoas e aos animais. Quem não se lembra das brincadeiras na fazenda? Repetia rindo: “Só o pó! Se sobrar!“.
Semeou jardins! Nas suas mãos de fada, não havia planta que não vingasse. Samambaias, suculentas e trepadeiras: sempre tinha uma mudinha para doar. Tudo no seu jardim florescia com facilidade, e a roseira, até no inverno, não deixava de brotar. Camomila, cidreira, guaco, arnica: conhecia cada erva, fazia seus chás e emplastos para os males do corpo. Ao dar uma topada no dedo ou levar uma picada de inseto, era o seu álcool verdinho que nos salvava.
Floriza, a grande cozinheira, floresceu! Foi no dia de São Benedito, o padroeiro dos cozinheiros, como uma mensagem dos céus! Arroz doce, cocada, doce de abóbora, sorvete de coco, goiabada… são centenas de iguarias, docinhos e salgados. Quem teve a sorte de provar sabe que jamais haverá tempero tão especial quanto o da Iza. O segredo? Suas mãos divinas!
Floriza floresceu e foi enfeitar o jardim da Mãe Aparecida, de quem era devota. Muita saudade, muita gratidão, muito amor, nossa eterna flor.